SEC tailandesa acusa ex-CEO da Zipmex de corrupção e fraude

Pedro Augusto
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zipmexA Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio tailandesa acusou Akarlap Yimwilai, ex-CEO da Zipmex Tailândia, de corrupção e fraude.

Conforme divulgado em um comunicado oficial, a investigação da SEC descobriu que ativos de clientes mantidos na carteira Z da Zipmex Tailândia foram transferidos para carteiras digitais no exterior sem a devida comunicação prévia sobre mudanças nos termos e condições da plataforma.

“Portanto, considera-se que a Zipmex Tailândia cometeu fraude ao apresentar declarações falsas,” afirmou a SEC.

Yimwilai serviu como o CEO da Zipmex por 5 anos


Akarlap Yimwilai ocupou o cargo de CEO da Zipmex Tailândia de agosto de 2018 a novembro de 2023, conforme consta em seu perfil no LinkedIn.

A Zipmex Tailândia, uma subsidiária da Zipmex é uma exchange de criptomoedas com sede em Singapura e liderada por Marcus Lim. Ela obteve aprovação do Ministério da Fazenda e da SEC da Tailândia para operar em 2020.

Na semana passada, a SEC da Tailândia ordenou que a Zipmex Tailândia suspendesse seus serviços de negociação e corretagem de ativos digitais, resultando na desativação do site e do aplicativo móvel da exchange.

Além disso, a SEC aponta que os relatórios apresentados pela Zipmex Tailândia apresentavam inconsistências em relação às informações descobertas durante sua investigação.

Em resposta, a SEC apresentou uma queixa contra Akarlap Yimwilai ao Escritório da Divisão Provincial de Supressão ao Crime, solicitando que mais ações legais sejam tomadas.A decisão de processar ou não Yimwilai está nas mãos da autoridade investigativa.

Problemas reguatórios da Zipmex


A Zipmex já interrompeu seus serviços de negociação e depósito, incentivando seus clientes a retirarem seus ativos, conforme anúncios em seu site.

Desde dezembro de 2022, a Zipmex está sob o escrutínio regulatório da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), após uma baixa no mercado de criptomoedas.

A exchange estava sob investigação devido a uma aquisição pela V Ventures e acusações de operar na Tailândia sem a aprovação regulatória necessária.

Em novembro de 2023, a Zipmex suspendeu as negociações, alegando que o movimento era um esforço para cumprir com as regulamentações. A exchange, baseada em Singapura, havia solicitado alívio sobre sua dívida em 2022, supostamente devendo aos clientes US$ 97 milhões.

Além isso, a Zipmex estava tentando oferecer aos credores 3,35 centavos por dólar para os resgates iniciais como parte de suas iniciativas de reestruturação.

Contudo, os principais credores adiaram as propostas, buscando uma análise mais abrangente dos ativos e passivos da exchange.

Ministério da Fazenda da Tailândia isenta o IVA para negociação de ativos digitais

Enquanto a Tailândia estava envolvida em algumas controvérsias, o país emergiu como uma das principais jurisdições para investidores de ativos digitais offshore.

Mais recentemente, numa tentativa de reforçar sua posição como um dos principais centros de ativos digitais, o Ministério da Fazenda do país anunciou a isenção do imposto sobre valor agregado (IVA) na negociação de ativos digitais.

Ao facilitar as regras fiscais, o ministério suspendeu a exigência de pagar 7% de IVA sobre a renda derivada da negociação de criptomoedas e tokens digitais.

Essa isenção de IVA, efetiva desde 1º de janeiro de 2024, não tem data de expiração, proporcionando um incentivo de longo prazo para investidores e traders no setor de ativos digitais.

Além disso, a SEC da Tailândia atualizou os critérios para investir em tokens digitais, se livrando de mais restrições.

Cofundadora da Binance promete recompensa de até US$ 5 milhões para quem expor funcionários corruptos


No começo de fevereiro, a inclusão do token Ronin (RONIN) na plataforma da Binance gerou um resultado contrário ao esperado. Este movimento provocou uma queda abrupta de 25% no valor do token imediatamente após sua listagem.

Esse episódio desencadeou uma reação da executiva Yi He, cofundadora da Binance. A executiva anunciou uma recompensa de até US$ 5 milhões para funcionários que denunciassem casos de insider trading entre seus colegas.

Antes do anúncio da listagem, o RONIN havia tido uma valorização de 17%. Isto sugeriu um possível vazamento de informações. O que teria permitido a um grupo de investidores comprar a criptomoeda antecipadamente e vendê-la logo após o anúncio oficial da Binance. Ou seja, evidenciando uma manipulação do mercado.

Embora Yi He não tenha mencionado diretamente esse incidente, as circunstâncias apontam que foi esse caso que a levou a tomar tal iniciativa.

Em publicações feitas no X (antigo Twitter) na terça-feira (06/02), e escritas em mandarim, a executiva destacou que a corretora poderia até mesmo cancelar a listagem de um token se fosse comprovado o envolvimento em insider trading.

Além disso, ela anunciou que a recompensa por informações que comprovem a prática de abuso de informação privilegiada variaria de US$ 10 mil a US$ 5 milhões, reiterando o compromisso da Binance com a transparência e a justiça no mercado de criptomoedas.

Funcionários flagrados terão restrições no mercado de trabalho

A Binance recebeu diversas denúncias relacionadas a listagens de moedas e outras formas de corrupção. A empresa adotou uma política de confidencialidade para proteger a identidade daqueles que comprovarem a corrupção de algum membro da equipe.

Embora a executiva não tenha confirmado nenhum caso específico de insider trading, como na listagem do RONIN, ela destacou o reforço nas medidas de vigilância dentro das empresas.

Foi mencionado que qualquer funcionário flagrado em atos de corrupção será incluído em uma lista de restrições, a qual será disponibilizada para o mercado de trabalho, como uma medida preventiva contra a reincidência.

Além disso, a Binance incentiva grandes fundos a realizarem verificações de antecedentes com a empresa antes de prosseguirem com ofertas de emprego. Com isso, ela visa assegurar a integridade e a transparência nas contratações.

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