Roubo de criptomoedas caiu pela metade em 2023, diz Chainalysis

Killian A.
| 4 min read

Hackers furtaram cerca de US$ 1,7 bilhão de carteiras digitais só em 2023. As ações de hackers estão entre as principais preocupações de investidores do mercado de criptomoedas e também dos órgãos reguladores. Mesmo com número impressionante, os valores são menores do que o registrado no ano anterior. Pelo menos é o que indica a empresa de análise de dados Chainalysis.

Esses constantes ataques e furtos de criptomoedas são desafios complexos do mercado. Esse é um dos argumentos usados com maior recorrência pelos principais governos do mundo para barrar a comercialização de criptomoedas. Além disso, os ataques aparecem frequentemente em discussões pelos órgãos reguladores.

O que mais apontam os dados da Chainalysis?


Em um primeiro momento, parece que a queda nos números parece ser um bom indicativo. No entanto, os números seguem altos e preocupantes. Além disso, o valor global de criptos furtadas caiu pela metade, mas o número de ocorrências segue em crescimento. Em 2022, por exemplo, os furtos registrados foram 219. Já em 2023, foram pelo menos 231 casos.

Valor e número de roubos de criptomoedas ao longo do tempo. Fonte: Chainalysis

Esses números são alarmantes, pois 2022 não foi um ano bom para o mercado cripto. Foi um ano em que se vislumbrava o fim do inverno cripto, mas o mercado ainda estava em baixa. Já 2023 foi considerado um ano de transição, anunciando uma fase promissora para os ativos. Chamada por alguns de verão cripto, essa nova fase do mercado atraiu a atenção dos hackers.

Por isso, o número significativo de ataques virtuais em 2023 é um motivo de alerta. Com novas possibilidades de projeção do mercado, há grande chances de que a ação dos hackers aumente. Além disso, há um aumento da preocupação com a ação de golpistas, que tendem a buscar mais investidores do mercado digital para aplicar suas ações fraudulentas.

Novas ações de reguladores devem versar sobre segurança nos investimentos em criptomoedas


Os órgãos de regulação devem aperfeiçoar suas ações sobre segurança em razão do aumento de investidores em busca de ativos digitais promissores. Nos Estados Unidos, a SEC regulamenta a circulação de criptomoedas e demais ativos desse tipo. O órgão tem mostrado preocupação com a segurança, tanto voltada para as ações maliciosas de hackers quanto para a especulação por investidores predatórios que atuam no setor. Daí porque a SEC demorou quase 4 meses para liberar os ETFs de criptomoedas. Isso aconteceu depois que a comercialização foi negada por mais de 10 vezes.

Assim como acontece nos EUA, a regulamentação deve aumentar também em outros países. Especialmente nos países em que as criptomoedas estão pendentes de regulamentação ou são mal vistas. Em contrapartida, inúmeros governos têm se debatido em torno da criação de CBDCs, que são moedas digitais emitidas pelos próprios bancos centrais. Essa é uma tentativa de entrar no mundo descentralizado e ao mesmo tempo criar moedas que sejam reguladas e lastreadas pelos bancos centrais. Muitas delas são criadas com argumento de segurança e menor possibilidade de furtos.

No Brasil, por exemplo, há uma discussão crescente acerca de uma legislação aplicável às criptos. Uma lei foi criada em 2022, ainda no governo Bolsonaro. No entanto, quando o atual presidente Lula assumiu, decidiu rever a legislação, que ainda segue em discussão. No entanto, novas regras sobre declaração de criptomoedas no imposto de renda já foram criadas. Além disso, a criação do real digital segue em fase de testes.

Dicas para investir em criptomoedas com maior segurança


Assim como acontece com todos os investimentos feitos por meio da internet, as movimentações de criptomoedas precisam de atenção. Isso pode evitar muita dor de cabeça e também prejuízos.

Algumas dicas de segurança podem ajudar no processo de investimento e dificultar o trabalho de hackers e golpistas

  • Escolha uma carteira  mais segura: Existem “carteiras quentes” e funcionam completamente online. Portanto, para usar, você precisará estar conectado. Caso opte por essa modalidade de carteira, escolha senhas seguras e evite deixá-las salvas no computador. Existem carteiras de hardware ou “carteiras frias”. Essas carteiras são mais seguras, pois os ativos ficam offline. A desvantagem é que você só consegue movimentar seus ativos conectando o dispositivo ao computador, o que pode ser pouco prático.
  • Escolha corretoras com boa reputação: Pesquise e escolha exchanges consolidadas no mercado para movimentar suas criptos. Evite movimentar ativos em corretoras com histórico de ataques ou de fraude. Existem inúmeras opções no mercado, uma boa pesquisa pode indicar as mais seguras.
  • Desconfie de ofertas vantajosas demais: Quando se deparar com ofertas de rendimentos muito altos ou condições irreais, desconfie. Grande parte dos golpes mexe com a ganância dos investidores e, por isso, oferece vantagens superiores às praticadas no mercado. Verifique sempre as taxas de rendimentos em corretoras confiáveis e cruze as informações. Dessa forma, será mais fácil perceber quando a oferta for enganosa.
  • Cuide de seus dados: Evite fornecer dados desnecessariamente. As corretoras têm um sistema de registro de clientes bem criterioso e geralmente os registros são todos feitos dentro do site. Evite responder e-mails duvidosos ou passar dados por rede social. Isso evitará que seus dados sejam utilizados por hackers ou por golpistas.

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