ETF de Bitcoin da empresa Hashdex deixa de operar futuros e entra no mercado à vista

Pedro Augusto
| 2 min read

etf de bitcoin

A gestora brasileira Hashdex anunciou, em 26/03, a conclusão do processo de conversão do seu fundo, o DEFI. Como resultado, ele agora opera como um fundo negociado em bolsa (ETF) de preço à vista de Bitcoin nos Estados Unidos.

Com essa mudança, o mercado norte-americano passa a contar com todos os ETFs que receberam aprovação da SEC em janeiro deste ano.

O ETF da Hashdex fez sua estreia no mercado dos Estados Unidos na quarta-feira, dia 27 de março. Anteriormente, o fundo era limitado à exposição em contratos de preços futuros da criptomoeda, mas após a conversão, passou a ter uma exposição direta ao Bitcoin.

Esse processo de conversão foi similar ao realizado pela Grayscale, que antes oferecia um fundo com exposição indireta à criptomoeda. Sobretudo, com essa mudança, o DEFI agora adota o Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC) como referência para o valor do Bitcoin.

ETF de Bitcoin da Hashdex opera desde 2022

Samir Kerbage, Diretor de Tecnologia da Hashdex, detalhou que o ETF foi lançado originalmente em 2022. Entretanto, a empresa optou por convertê-lo em um fundo à vista, alinhando-se assim aos outros 10 ETFs de Bitcoin à vista que receberam luz verde da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) em janeiro deste ano.

O ETF recebeu a aprovação da SEC para listagem, seguida da necessidade de registrar o regulamento do fundo. Devido à sua natureza, como a conversão de um ETF pré-existente, apresentava um modelo distinto em comparação aos demais, explicou Kerbage.

O diretor também destacou que os ETFs de empresas como BlackRock, Fidelity, Bitwise, Franklin Templeton e Grayscale iniciaram suas operações como fundos à vista imediatamente após receberem a aprovação.

Fundo ainda se expõe a contratos futuros para funcionar

Apesar da nova estratégia, o fundo da Hashdex continua a ter uma certa exposição a contratos futuros. Marcelo Kerbage explica que, ao receberem pedidos por novas cotas, o fundo adquire contratos futuros e os converte em posições à vista dentro da Chicago Mercantile Exchange (CME). Ele justifica essa abordagem, acreditando ser um modelo mais seguro.

Com essa mudança, a Hashdex tem expectativas de atrair mais capital para o fundo, embora preveja que esse crescimento ocorrerá de forma gradual. A razão para essa progressão lenta vem da necessidade de uma transformação na cultura de alocação dos investidores institucionais americanos.

Por fim, Kerbage observa que grandes fundos de pensão, por exemplo, demandarão tempo para começar a direcionar recursos para criptoativos. Ele destaca que o setor institucional precisa concluir processos de diligência e enfrenta um conjunto de regras que faz com que a adoção de criptomoedas ocorra de maneira não tão ágil.

Leia mais: