Os 10 golpes mais comuns no mercado cripto para ficar de olho em 2024

Pedro Augusto
| 8 min read

Criminoso estão constantemente buscando métodos inovadores para aplicar golpes em pessoas desavisadas no setor de criptomoedas.

Eles têm uma preferência especial por esse setor devido à sua natureza descentralizada, onde nenhuma pessoa ou organização detém, gerencia ou controla a rede por completo.

A ausência de bancos ou autoridades centrais para monitorar e sinalizar transações duvidosas de criptos, somada à natureza irreversível das transferências, aumenta a vulnerabilidade do setor a fraudes.

Para contextualizar o problema, entre janeiro de 2021 e junho de 2022, mais de 46.000 pessoas relataram ter perdido mais de US$ 1 bilhão em criptomoedas em diversos golpes, conforme dados da Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC).

Esse número inclui apenas aqueles que reportaram voluntariamente suas perdas às autoridades, o que já é bastante preocupante.

Investidores de cripto precisam estar cientes dos diferentes tipos de golpes para proteger seus investimentos.

1. Golpes de investimento


Golpes envolvendo investimentos geralmente oferecem retornos além do que seriam realistas em troca de um investimento inicial em um projeto de criptomoeda recém-lançado.

Os golpistas podem assumir diferentes papéis, até mesmo o de gerentes de investimento desses projetos, prometendo retornos fora do comum.

Esses golpes normalmente começam com uma oferta para se tornar um investidor em criptomoedas, atraindo os usuários para um site enganoso para saber mais sobre a suposta oportunidade.

Este site, que pode parecer bastante confiável, geralmente incentiva os usuários a começarem a investir em busca de lucros rápidos.

É essencial que os usuários fiquem atentos a esses golpes, principalmente quando se depararemm com ofertas de investimento ou promoções através de e-mail, redes sociais ou outros meios de comunicação.

2. Golpes envolvendo inteligência artificial


O avanço acelerado da inteligência artificial (IA) tem permitido que golpistas criassem novas técnicas de fraude e enganação.

Eles passaram a usar chatbots ou assistentes virtuais baseados em IA para interagir com pessoas, oferecendo conselhos de investimento, promovendo tokens falsificados e ofertas iniciais de moedas (ICOs), ou sugerindo oportunidades de investimento de alto rendimento que não possuem fundamentos.

A integração da IA desafia o conceito de prova de trabalho social, em que projetos de criptoativos com uma grande rede de seguidores leais online seriam legítimos.

Além disso, golpistas estão explorando as redes sociais e conteúdos gerados por IA para orquestrar esquemas complexos de manipulação e venda (pump-and-dump).

Eles inflacionam artificialmente o valor de tokens e depois vendem suas participações para lucrar. A tecnologia de IA também permite automatizar e ampliar essas atividades ilícitas.

3. Golpes através de redes sociais


As redes sociais normalmente são utilizadas em um dos tipos mais comuns de golpes com criptomoedas. Nestes esquemas, os golpistas se passam por marcas famosas ou celebridades em plataformas sociais para promover seus esquemas.

Plataformas como Twitter, Instagram e TikTok se tornaram lugares comuns para golpes online. Apesar da tentativa destas plataformas para combater as fraudes, elas ainda enfrentam problemas com bots que promovem projetos falsos de criptomoedas.

Em junho, a Organização Europeia do Consumidor (BEUC) publicou um relatório acusando as plataformas de mídia social de facilitarem golpes com ativos digitais.

O relatório de 20 páginas destacou que plataformas como Instagram e TikTok têm políticas “frouxas”, o que permite que golpistas enganem adolescentes desavisados.

4. Exchanges falsas


Um golpe muito comum no setor de criptomoedas envolve a criação de falsas exchanges, aplicativos, carteiras ou plataformas com o objetivo de desviar o dinheiro dos usuários.

Nesses esquemas, os fraudadores costumam criar sites com nomes de domínio quase idênticos aos de plataformas legítimas, o que torna difícil diferenciá-los.

Inicialmente, esses sites podem até funcionar normalmente, permitindo até que os usuários saquem pequenas quantias de dinheiro. Contudo, à medida que os usuários aumentam seus investimentos, os sites começam a se tornar inacessíveis ou recusar solicitações de saque sem justificar os motivos.

Para se proteger contra essas plataformas de cripto fraudulentas, os usuários devem verificar meticulosamente o nome do domínio do site, buscando por erros de ortografia ou variações estranhas que possam indicar uma fraude.

Além disso, é importante confirmar se a corretora é reconhecida em sites regulatórios confiáveis ou se possui certificações ou afiliações com organizações conhecidas no setor.

5. Golpes com brindes


Nos golpes envolvendo brindes (giveaways), os golpistas prometem duplicar ou aumentar a quantidade de criptomoedas enviada a eles. O principal objetivo desse tipo de fraude é enganar as pessoas para que elas transfiram seus fundos aos criminosos, resultando em prejuízos.

A estratégia utilizada na maioria desses golpes é a mesma: os golpistas se passam por uma personalidade ou organização conhecida e persuadem usuários desavisados a enviar criptomoedas para eles.

Devido à natureza irreversível das transações de criptomoedas, uma vez que a moeda digital é transferida para um endereço de “giveaway”, ela não pode ser recuperada.

A maneira mais eficaz de se defender contra esse tipo de golpe de criptomoedas é a capacidade de identificá-lo logo no início. É essencial entender que promoções ou sorteios legítimos raramente solicitam que você envie dinheiro ou informações pessoais antecipadamente.

6. Celebridades falsas


Golpistas muitas vezes se aproveitam da imagem de personalidades conhecidas, sem o consentimento delas, para atrair fãs para esquemas fraudulentos. Eles alegam, de forma falsa, que essas celebridades endossam e apoiam os seus projetos.

Personalidades relevantes como o Príncipe Harry, Meghan Markle, Bill Gates, Mark Zuckerberg e Sir Richard Branson já foram envolvidos sem saber que esses golpes sequer existiam.

Um golpe bastante sofisticado envolveu um vídeo “deep fake” de Elon Musk endossando um projeto fraudulento de criptomoeda. Neste vídeo, um Musk falso afirmava estar lançando um novo projeto de criptomoeda, prometendo um retorno de 30% sobre o investimento em três meses.

Para se proteger desses falsos endossos de celebridades, os usuários devem pesquisar bastante sobre qualquer projeto de criptomoeda ou oportunidade de investimento antes de investirem.

Além disso, é fundamental confirmar a autenticidade do projeto, de sua equipe e de quaisquer endossos associados.

7. Esquemas de pirâmide


No universo das criptomoedas, os esquemas de pirâmide, ou Ponzi, são operações de investimento enganosas, onde os lucros dos primeiros investidores são pagos com o capital dos novos entrantes, em vez de serem provenientes de lucros legítimos ou de atividades de investimento.

Esses esquemas estão fadados ao colapso quando o fluxo de entrada de novos investidores diminui, não conseguindo mais sustentar os pagamentos, resultando em perdas financeiras significativas para os envolvidos.

No entanto, não é tão fácil identificar esquemas de pirâmide no mercado de criptoativos. O exemplo mais famoso foi o do projeto Terra (LUNA), agora extinto, amplamente reconhecido como um grande esquema de pirâmide. Curiosamente, antes de seu colapso no ano passado, até mesmo as firmas de investimento renomadas haviam investido nele.

Há alguns sinais de alerta que sugerem se um projeto é provavelmente um esquema de pirâmide. Entre os indicadores mais comuns estão as promessas de altos retornos garantidos, falta de transparência quanto às estratégias de investimento, pressão para recrutar novos investidores e ênfase em recompensas por indicações ou estruturas de marketing multinível.

8. Golpes envolvendo relacionamentos


Surpreendentemente, golpes em relacionamentos amorosos envolvendo criptomoedas tornaram-se populares entre os golpistas. Nesses esquemas, os fraudadores criam relacionamentos amorosos com pessoas ingênuas, com o objetivo de enganá-las para que entreguem as suas criptomoedas.

Esses relacionamentos falsos geralmente começam em redes sociais ou aplicativos de namoro, onde os golpistas iniciam as conversas. Com paciência, eles dedicam dias, semanas e até meses para construir uma conexão emocional com suas vítimas.

Aproveitando-se do vínculo romântico forjado, os criminosos manipulam suas vítimas para que façam pagamentos em criptos ou invistam em um projeto de criptomoeda fraudulento. Normalmente, eles fingem ter investido no projeto e alegam ter lucrado bastante com ele.

Após receberem o pagamento, os golpistas muitas vezes mantêm a farsa para conseguir mais dinheiro. Em outros casos, eles terminam abruptamente o relacionamento e desaparecem.

9. Golpes de Rug Pulls


No mundo das criptomoedas, os chamados “rug pulls” são golpes onde desenvolvedores ou indivíduos envolvidos em um projeto retiram toda a liquidez ou recursos de um projeto de finanças descentralizadas (DeFi) de forma abrupta e intencional.

Essa ação deixa os investidores com tokens que se tornam inúteis ou que sofrem uma desvalorização drástica.

Esses golpes geralmente ocorrem em projetos baseados em blockchains como a Ethereum (ETH), geridos por contratos inteligentes. O esquema inicia com os golpistas criando um projeto que parece legítimo, atraindo investidores e incentivando-os a investir fundos ou comprar tokens.

Quando os golpistas acumulam uma grande quantia em dinheiro ou em liquidez, eles exploram as falhas no contrato inteligente para desviar esses recursos. Essas vulnerabilidades geralmente estão inseridas no código desde o início, mas permanecem ocultas.

Existem sinais de “rug pulls” que podem ajudar a identificar e evitar esses golpes. Uma característica marcante é a falta de transparência sobre a identidade dos desenvolvedores ou membros da equipe, que costumam usar pseudônimos ou fornecem informações limitadas sobre seus históricos.

Além disso, os golpistas podem fazer alegações falsas ou exageradas sobre o potencial do projeto, parcerias ou planos futuros para atrair investidores. Projetos de “rug pull” também podem ter uma estrutura de tokenomics que beneficia desproporcionalmente os desenvolvedores ou investidores iniciais.

10. Golpes de phishing


O phishing é uma técnica de fraude online bastante comum, na qual golpistas enviam e-mails que se passam por comunicações de organizações renomadas, como bancos, empresas de crédito ou grandes corporações.

O objetivo principal desses golpes é obter informações confidenciais dos usuários, incluindo detalhes de login e números de cartão de crédito.

Esses golpes de phishing, já conhecidos na internet, têm se proliferado também no setor de criptomoedas. Os golpistas costumam mirar em usuários de criptomoedas para acessar as chaves privadas de suas carteiras, permitindo controlar os fundos armazenados.

Em um ataque típico de phishing, os fraudadores enviam e-mails com links para sites falsos, induzindo os usuários a inserirem suas chaves privadas. Após terem posse dessas chaves, eles podem facilmente desviar as criptomoedas para outros endereços.

Para se proteger contra golpes de phishing, os usuários devem prestar bastante atenção aos e-mails, mensagens ou comunicações não solicitadas, especialmente aquelas que pedem informações pessoais ou trazem pedidos urgentes.

Além disso, é importante evitar clicar em links contidos em e-mails ou mensagens, a menos que tenham certeza absoluta de sua autenticidade.

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