Veja quais são os bancos brasileiros mais receptivos ao mercado digital

Killian A.
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Um estudo recente elaborado e divulgado pela empresa Finery Markets apontou que São Paulo é um dos principais centros para a operação do mercado de investimentos digitais. Isso coloca o Brasil novamente em um lugar de destaque na expansão do mercado de criptomoedas.

O relatório recém divulgado na mídia foi uma parceria com a empresa Coincub.com. As informações acabaram revelando algumas surpresas. Isso porque alguns dos bancos mais tradicionais do mercado brasileiro estão na lista dos mais amigáveis às criptomoedas. Com isso, o Brasil se torna mais uma vez assunto e também destaque no mercado global de ativos digitais e sobre o mercado digital de forma mais ampla.

A cidade de São Paulo também aparece no estudo como um lugar central para os provedores e instituições interessadas em comercializar criptomoedas. Essa indicação não é necessariamente uma surpresa. Isso porque essa é uma das maiores metrópoles da América Latina, a qual já participa de diversas ações de incentivo à tecnologia e modernização.

Bancos considerados tradicionais no Brasil estão abertos ao comércio de criptomoedas


O estudo da Finery Markets conta com algumas surpresas com relação aos bancos brasileiros abertos às criptomoedas. Isso porque alguns bancos bastante tradicionais figuram na lista, como, por exemplo, o Banco do Brasil e o Itaú. Além disso, instituições digitais consideradas desconstruídas, como o Nubank, também estão apostando nos ativos digitais.

Trecho do relatório Crypto Banking Report 2024 mencionando América Latina

O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista, o qual integra um fundo de investidores e também recursos do governo. Até pouco tempo, as opções de investimento ofertadas para os clientes eram as tradicionais, como poupança, por exemplo. Depois da pressão dos clientes, a instituição passou a modernizar suas opções. Uma delas é um fundo próprio de Bitcoin e outras criptomoedas. Mesmo sendo novidade, a aceitação do tipo de investimento está sendo grande, tanto que o Banco do Brasil passou a aceitar também pagamentos em criptomoedas.

Outra empresa considerada tradicional, o Itaú, teve uma postura bastante rígida quanto à circulação de criptomoedas no começo. Tanto que, em determinado momento, o banco encerrou as contas que empresas do setor mantinham junto à instituição antes de 2020. Depois, com o aumento da procura, o Itaú reconsiderou e passou a comercializar ativos digitais em suas carteiras. Agora, os clientes podem encontrar opções como ETFs e fundos de investimentos na carteira do banco. Além disso, a equipe passou a investir na tokenizadora Liqui e, inclusive, está tomando uma posição de defesa das criptomoedas.

Bancos digitais também estão apostando alto no potencial das criptomoedas


O Nubank causou um verdadeiro alvoroço quando surgiu no mercado digital. Ele foi pioneiro e inovador por fornecer um banco sem agência, um aplicativo fácil de entender e também várias opções sem taxas ou anuidades. Não é surpresa que a empresa esteja na lista dos bancos mais receptivos às criptomoedas e tenha sido uma das primeiras a lançar esse tipo de investimento. Os clientes do NU podem comprar e investir diretamente no seu aplicativo de uso rotineiro na criptomoeda própria do Banco, a Nucoin. Além disso, o Nubank também oferece a opção de compra e venda de criptos e ETFs dentro do aplicativo.

Antes do Nubank, o banco BTG Pactual também aderiu ao mercado digital de criptomoedas. Curiosamente, a empresa não figura na lista elaborada pela Finery Markets, mas é importante para a expansão do mercado. Atualmente a empresa administra ETFs, fundos exclusivos de Bitcoin e outras criptomoedas e também impulsiona atividades de mineração. Além disso, a BTG criou uma plataforma própria para comercializar sua criptomoeda nativa, a BTG Dol.

As Américas Central e do Sul são terreno fértil para a expansão do mercado de criptomoedas


O relatório da Finery Markets aponta que o mercado digital de criptomoedas pode se expandir muito em breve, especialmente nos países subdesenvolvidos. As Américas Central e do Sul estão despontando como um terreno fértil, devido à alta aceitação de criptomoedas e ativos digitais. Um dos exemplos é São Paulo, que como citado antes, tem se tornado um ponto central nas operações do mercado.

Atualmente, há pelo menos 17 empresas que estão ativamente oferecendo criptomoedas e investimentos relacionados. Além disso, elas colocam à disposição do cliente suporte para transações em investimentos digitais. Com isso, essas regiões são consideradas pela pesquisa como “centro chave” para o crescimento do mercado digital.

Por mais que o movimento de expansão das criptomoedas na região menos favorecida das Américas seja considerado apenas ponto de crescimento comercial, há algo mais nessa dinâmica. Os países da região ainda estão trabalhando em legislação e regulamentação das criptos. Com o aumento da procura e as infinitas possibilidades que estão surgindo, a tendência é de que essas regulamentações se acelerem. Com isso, mais países devem regulamentar e expandir o uso de ativos digitais.

O Brasil segue ocupando um lugar de destaque no cenário cripto


Em meio aos estudos que apontam os caminhos para as criptomoedas, o Brasil segue sendo destaque no mercado. Mesmo com o mercado global em queda recente, o Brasil seguiu com fluxo positivo. No mês de abril o país ocupou a terceira posição no ranking de maior arrecadação do mercado, perdendo apenas para o Canadá e para a Suíça.

O Brasil também se destaca por incentivar positivamente a tokenização, inclusive com relação à moeda oficial em circulação. Há algum tempo, o Banco Central está trabalhando em uma versão do Real Digital, que deve ser lançada oficialmente em breve. O Drex, como foi nomeado, está em fase avançada de teste e será oferecido por bancos convencionais.

Muitos dos bancos citados aqui como receptivos às criptomoedas estão dentre os parceiros do governo nos testes do Drex. Diferente do que acontece com a moeda emitida pelo governo brasileiro, a versão digital da nossa moeda deve ser um produto oferecido como criptomoedas nas instituições. Portanto, serão considerados investimentos digitais e tem todos os riscos que as demais criptomoedas. Contudo, se comparado com outros países considerados bons mercados para as criptomoedas, o Brasil pode ser definido como bastante avançado e atrativo para as empresas do setor.

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