Vodafone quer integrar a tecnologia blockchain aos serviços 

Killian A.
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A gigante das telecomunicações estabelecida no Reino Unido, Vodafone, está em busca de recursos para o desenvolvimento de um novo recurso. O projeto é integrar a tecnologia das criptomoedas aos seus cartões SIM. A empresa pretende obter um empréstimo de US$ 1,8 bilhão para desenvolver o empreendimento. O problema é que a captação de recursos vem em um momento delicado. Isso porque a corporação tem uma dívida em potencial estimada em US$ 2,9 bilhões.

O projeto da empresa telefônica visa a integração de carteiras de criptomoedas aos cartões de identidade de assinante (SIM). Dessa forma, os executivos acreditam que podem colocar suas operações em um mercado que está em crescimento. Se o projeto se concretizar, essa será a primeira corporação do mercado a tentar algo parecido.

A Vodafone busca financiamento para seu plano ambicioso


A empresa está em busca de um empréstimo para custear a implementação de seus planos. No entanto, conseguir os US$ 1,8 bilhão necessários não será algo tão simples quanto parece. Isso porque existe um plano de recuperação envolvendo uma empresa supostamente ligada a Vodafone Idea. A entidade atua de modo apartado na Índia e assume parte das telecomunicações naquele país. A suposta ligação entre as empresas decorre da participação da Vodafone de 45% no grupo econômico em que a corporação indiana opera.

As dívidas do grupo somam quase US$ 3 bilhões. Do total, US$ 1,8 bilhão advém de empréstimos com vencimento nos próximos dois anos. Mas isso não desanima os responsáveis pela implementação da tecnologia dentro da Vodafone.

Em uma entrevista recente, David Palmer, que atualmente é líder de blockchain na empresa, afirmou que até 2030, há planos para que mais de 20 milhões de telefones móveis estejam com a carteira em funcionamento.

Segundo Palmer, o plano de ação inclui a vinculação do cartão SIM do celular a uma espécie de identidade digital. Depois disso, a empresa vai incluir uma blockchain com suporte para os cartões de identificação. Isso permitirá que os desenvolvedores façam a integração das carteiras cripto aos chips de celular. Os detalhes da projeção levam em consideração a expectativa de que até 2030 existirão cerca de 8 bilhões de smartphones em uso no mundo. Além disso, a empresa acredita que, no mesmo período, poderá haver uma adesão de 5,6 bilhões de carteiras de criptomoedas. Isso seria suficiente para que 70% da população mundial estivesse integrada à tecnologia da Vodafone.

Dívida da suposta subsidiária indiana da Vodafone não afeta negócios em outras partes do mundo


Apesar da suposta dívida envolvendo a Vodafone Idea na Índia, a empresa segue faturando bastante. A sede indiana continua vendendo ações mesmo com um plano de aumento de dívidas. Apenas em 2024 foram adquiridos mais de US$ 2,2 milhões em ações da empresa subsidiária. Com esse desempenho, pode-se dizer que o grupo teve um primeiro semestre agitado.

A equipe executiva da corporação está em movimento também para formar novas parcerias de negócios que tornem possível uma expansão progressiva. Uma dessas alianças ocorreu entre a Vodafone global e a Microsoft. Essa parceria deve durar pelo menos 10 anos. O objetivo é usar a gigante da tecnologia para que serviços de IA sejam colocados em oferta para os clientes da Vodafone. Com isso, a gigante das telecomunicações dá mais um passo na busca por integração das novas tecnologias.

O anúncio veio do CEO da Microsoft, Satya Nadella. Na ocasião, o gestor aproveitou para falar mais sobre a natureza generativa e disruptiva das tecnologias oferecidas pela empresa desenvolvedora do Windows. Para Nadella, as IAs são o futuro do mercado e devem desbloquear novas oportunidades para todos os tipos de empresas e setores da indústria do mundo.

Para a Microsoft, o tipo de parceria fechado com a Vodafone não é uma novidade. A empresa de tecnologia já fez parceria com a startup americana VaultTel em 2019, a fim de criar uma blockchain no intuito de integrar uma carteira digital de criptomoedas a smartphones. Ou seja, além de ter conhecimento da tecnologia subjacente, a gigante da tecnologia tem experiência no tipo específico de tecnologia almejado pela telefônica.

As IAs podem ser o principal vetor de crescimento do mercado digital


O mercado de ativos digitais está se expandindo. Para crescer, os líderes estão usando novos tipos de tecnologia. A inteligência artificial pode ser o caminho para alcançar novas áreas e novos investidores. Isso porque as IAs têm uma grande capacidade de criação e solução de problemas. Com isso, podem ser usadas para prover soluções em diversas áreas.

Empresas pioneiras e com bom tino para adoção de tecnologias de ponta, como a Vodafone, estão apostando alto nas IAs para aumentar a atratividade dos seus negócios. Com isso, é possível oferecer um serviço diferenciado e com qualidade aos consumidores. Além disso, as IAs podem possibilitar que as empresas e os clientes estejam ligados ao mundo das blockchains.

Não se trata apenas de ser visado por empresas que pretendem crescer e oportunizar qualidade aos clientes. Os novos projetos de criptomoedas com base em IAs estão chegando ao mercado para ofertar soluções para as demandas repetitivas mais corriqueiras da indústria e do comércio. Isso mostra que a inteligência artificial chegou para ficar e deve ser adotada por cada vez mais pessoas.

A representatividade da Vodafone no mercado mundial


Além da sua sede, a empresa tem filiais e subsidiárias operando em outros sete países. São mais de 10 milhões de clientes residindo apenas no local da sede e na Alemanha, Itália, Índia, Espanha, Turquia, Egito e Estados Unidos.

Mas não é só. A Vodafone conta com mais de 260 milhões de usuários. Nesse montante estão contabilizados os clientes de telefonia móvel e fixa, os quais residem em 25 países. O atendimento às nações é possível por meio de uma rede de parcerias para uso de infraestrutura de outras empresas do setor. Utilizando-se dos equipamentos de terceiros, a telefônica pode locar a estrutura para fornecer os serviços.

A Vodafone foi a maior empresa de telecomunicações do mundo até 2002. Durante muito tempo, patrocinou a McLaren na Fórmula 1. Depois disso, a empresa perdeu a primeira posição para a China Mobile. Apesar de não mais liderar o mundo, se mantém como a maior telefônica do Ocidente.

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