Dólar foi o melhor investimento em abril, superando ações e até o Bitcoin

Pedro Augusto
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Abril foi marcado pelo agravamento do pessimismo no mercado em relação aos fundamentos macroeconômicos tanto no Brasil quanto no exterior. Para os observadores dessa tendência negativa, não chega a ser uma surpresa que os investimentos em renda variável tenham sido os mais prejudicados no quarto mês de 2024, inclusive aqueles que vinham apresentando uma alta significativa ao longo do ano.

Análises realizadas por Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, indicam que o Bitcoin registrou o pior desempenho entre os principais ativos de investimento em abril. Os índices de ações, como o Ibovespa, IDIV e Small Caps, também enfrentaram um mês desfavorável. Além disso, o IFIX, índice que mede o desempenho dos fundos imobiliários, também saiu na pior. Em contrapartida, o dólar e o euro foram destaques positivos no período.

Mesmo com halving, Bitcoin teve queda de 11,32% no mês


O panorama que elucidou muitos dos resultados recentes se resume a um fator predominante. Os dados de inflação nos Estados Unidos, mais altos do que o previsto, provocaram uma reavaliação do mercado quanto ao início do ciclo de redução de juros. Como resultado, adiou-se a expectativa de junho ou julho para setembro. Esse ajuste gerou uma onda de aversão ao risco que impactou os mercados globais.

Até mesmo o Bitcoin, que vinha apresentando uma trajetória de alta expressiva em 2024, foi afetado. A principal criptomoeda do mercado registrou uma queda de 11,32% no mês em que ocorreu o tão aguardado halving. Este é um evento que periodicamente reduz pela metade as recompensas concedidas aos mineradores do ativo.

Embora muitos especialistas previssem que o halving impulsionaria a valorização da criptomoeda, como de fato estava ocorrendo, o evento não conseguiu contrapor o clima de pessimismo que se instalou no mercado em abril. Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, apontou que a alteração nas expectativas sobre a redução da taxa de juros nos EUA teve um impacto negativo sobre os ativos de risco globalmente, prejudicando o sentimento do mercado em relação ao Bitcoin.

Segundo analista, Bitcoin é quem tem mais motivos para voltar a subir em maio


O mercado parece estar ajustando gradualmente suas expectativas para o restante de 2024. As projeções que, no início do ano, apontavam o Ibovespa alcançando entre 140 mil e 150 mil pontos, agora parecem postergadas até que o Federal Reserve comece efetivamente a cortar as taxas de juros. Com os elementos atuais, a expectativa é que a Bolsa mantenha um movimento lateralizado.

Entende-se que as condições macroeconômicas seguirão como um elemento decisivo. Uma melhoria nas condições econômicas globais ou uma estabilização nas políticas monetárias poderia criar um cenário mais propício para os ativos de risco.

Por outro lado, o Bitcoin parece ter mais razões para apresentar uma recuperação em maio, segundo Vinicius Moura, da Matriz Capital. Apesar de ter sofrido uma queda em abril, o Bitcoin ainda registra uma valorização significativa no acumulado do ano. Dessa forma, isso sinaliza um interesse robusto e um potencial de recuperação. O halving, que historicamente diminuiu a oferta de novos bitcoins, pode continuar sendo um evento que impulsiona o aumento dos preços ao potencialmente elevar o valor da criptomoeda.


 

 

 

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