Cofundador da FTX, Gart Wang fechou acordo com promotores americanos e estaria cooperando com investigações
O pouco conhecido cofundador da FTX, Gary Wang, estaria cooperando com os promotores, depois de se declarar culpado de fraude em dezembro.
A cooperação entre Wang e promotores foi centrada em torno de seu papel na FTX, incluindo sua atuação na operação e subsequente colapso da bolsa cripto, segundo reportagem do website Insider.
Não há muitos detalhes sobre como Wang está cooperando com os promotores, mas é possível que ele tenha entrado em algum tipo de acordo em troca de uma sentença menor.
Wang teve papel fundamental da “ascensão e queda” da FTX
Na reportagem, Wang foi chamado de “um personagem ativo durante a ascensão e queda” da FTX, mas também uma pessoa que é ingênua e sempre acreditou que as pessoas ao seu redor eram boas.
Segundo a reportagem, o pai de Wang teria dito sobre o filho:
“Desde jovem, ele era muito calado e se concentrava exclusivamente em seu maior interesse em matemática e codificação.”
Wang, que atuou como diretor de tecnologia da FTX, foi o segundo maior acionista da empresa depois de Sam Bankman-Fried. Ele é, no entanto, frequentemente visto como uma figura misteriosa devido a discreta presença on-line e na mídia.
Wang conheceu Bankman-Fried em acampamento de matemática
Na reportagem de Insider, Wang foi descrito como uma “figura reclusa” que manteve o perfil de discrição e que nem mesmo mostrou seu rosto em uma foto de perfil no sistema interno da empresa.
Wang, que conheceu Bankman-Fried durante um acampamento de matemática que ambos frequentaram quando adolescentes, também foi descrito como “um dos poucos funcionários que trabalhavam em casa e gostavam de ficar presos à codificação”.
“Gary sempre me pareceu ser alguém que ‘apenas me dizia o que fazer e me deixava em paz'”, uma fonte interna da FTX já havia dito anteriormente.
Gary se declarou culpado das acusações em dezembro
A Securities and Exchange Commission (SEC) acusou Wang de participar de “um esquema plurianual para defraudar os investidores em ações no FTX”.
Em dezembro, seu advogado declarou que “Gary aceitou a responsabilidade por suas ações e leva a sério suas obrigações como testemunha cooperante”.
Em março, Bankman-Fried se declarou inocente de cinco acusações adicionais feitas contra ele pelos promotores, após declarar inocência por fraude e outras acusações em janeiro.
Bankman-Fried responde a 13 acusações na justiça americana
O imbróglio judicial do ex-presidente da FTX consiste agora em 13 acusações e inclui detalhes sobre doações políticas que os promotores alegam ter sido feitas em violação às regras de financiamento de campanha.
Outras acusações incluem fraude de títulos, lavagem de dinheiro, violações do financiamento de campanhas e conspiração para violar a Foreign Corrupt Practices Act (Lei de Práticas Corruptas Estrangeiras).
Bankman-Fried admitiu no passado que alguns erros foram cometidos durante seu tempo de gestão da FTX, ao mesmo tempo em que manteve que ele não se achava criminalmente responsável.
Outras pessoas chave na FTX, incluindo o ex-diretor de engenharia Nishad Singh e a ex-CEO da Alameda Research Caroline Ellison se declararam culpadas de acusações feitas contra eles. Nishad e Caroline também estariam cooperando com as investigações.
SBF é acusado de ter subornado funcionários do governo chinês
Na mais recente acusação criminal que chegou à imprensa, Sam Bankman-Fried (SBF) foi interpelado pelas autoridades americanas por um suposto suborno de funcionários do governo chinês.
De acordo com o US Department of Justice (DoJ), Bankman-Fried “ordenou um suborno de pelo menos US$ 40 milhões a um ou mais funcionários do governo chinês”.
O objetivo era fazer com que os funcionários chineses descongelassem as contas da Alameda Research em duas das maiores bolsas cripto da China, que juntas continham mais de US$ 1 bilhão em criptoativos.
Há relatos de que Bankman-Fried havia tentado inúmeros outros meios para liberar os fundos, antes de finalmente recorrer ao suborno.
Suborno teria funcionado, alega DoJ
A estratégia ilícita teria funcionado. De acordo com a acusação do DoJ, “após confirmação de que as contas estavam descongeladas, Bankman-Fried autorizou a transferência de dezenas de milhões de dólares adicionais em criptomoeda para completar o suborno”.
A Alameda Research então teria utilizado esses fundos para fazer mais apostas cripto no mercado, ainda segundo o departamento de justiça americano.
Bankman-Fried supervisionou as atividades da corretora de criptomoedas FTX até o colapso da empresa, em novembro passado.
A falência da FTX, que pode ter sido causada pela combinação de ativos entre FTX e o fundo de hedge de Bankman-Fried, o Alameda Research, deve resultar em bilhões de perdas para os depositantes da plataforma. E, muito provavelmente, em muitos anos de prisão para SBF.
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