Correlação entre Bitcoin e Mercados Tradicionais pode acabar logo – Pantera
A correlação macro entre ativos tradicionais e ativos digitais que foi vista nos últimos meses pode acabar em breve, com ativos no espaço de finanças descentralizadas (DeFi) possivelmente liderando o caminho para cima, disseram executivos do fundo de hedge cripto Pantera Capital em uma recente teleconferência com investidores.
Na teleconferência, que ocorreu em 1º de fevereiro, o CEO da Pantera Capital, Dan Morehead, e o co-diretor de investimentos da empresa, Joey Krug, disseram acreditar que o mercado de criptomoedas está pronto para se “desacoplar” dos macro ativos tradicionais, mesmo diante de maiores taxa de juros.
Os detalhes da ligação foram compartilhados na última Blockchain Letter do Pantera na quarta-feira desta semana.
De acordo com Krug, a história mostrou que, quando os ativos macro tradicionais caem, as criptomoedas tendem a ser correlacionadas por um período de cerca de 70 dias antes que a correlação comece a se desfazer. “E então pensamos que nas próximas semanas, a criptomoeda basicamente vai se desvincular dos mercados tradicionais e começar a negociar por conta própria novamente”, disse Krug, antes de acrescentar uma palavra de cautela:
“Isso não garante que não vai cair muito mais no próximo mês, ou quando quiser, mas significa apenas que as chances são realmente altas de que os mercados estejam em um extremo e se recuperem relativamente rápido.”
Em fevereiro de 2021, quando o BTC foi negociado a cerca de US$ 47.000 após corrigir cerca de 20% em uma semana, Krug previu que um rally do BTC poderia voltar “em abril, se não antes”. Desde então, o preço subiu para mais de US$ 63.000 em meados de abril, antes de iniciar uma forte desaceleração que levou o BTC abaixo de US$ 30.000 em julho.
Desta vez, Krug explicou ainda que não acredita que os ativos digitais estejam sendo negociados em avaliações excessivamente altas no momento, com, por exemplo, muitos ativos DeFi sendo negociados em múltiplos de P/L de 10 a 40. “O que não é alto; as ações de tecnologia estão sendo negociadas em múltiplos de 400 a 500x”, disse Krug.
A relação preço-lucro (P/L) é uma métrica frequentemente usada para avaliar ações e pode ser encontrada dividindo-se o preço de mercado por ação (ou token) de uma empresa (ou protocolo) por seu lucro por ação.
“É minha opinião pessoal que US$ 2.200 ETH provavelmente foi o fundo”, acrescentou Krug.
O CEO da Pantera, Dan Morehead, também concordou, dizendo que outros ativos, como ações e imóveis, têm fluxos de caixa que precisam ser descontados. “[…] isso implica preços mais baixos se os rendimentos forem maiores”, explicou.
Para cripto, no entanto, Morehead disse que é “como ouro” e que deve ser valorizado de maneira diferente.
“Ele pode se comportar de maneira muito diferente dos produtos orientados à taxa de juros. Acho que quando tudo estiver dito e feito, os investidores terão uma escolha: eles precisam investir em algo e, se as taxas estiverem subindo, o blockchain será o mais relativamente atraente”, disse o CEO da Pantera.
Enquanto isso, uma possível divergência entre ativos tradicionais como ações e criptomoedas também foi apontada pelo analista sênior de commodities da Bloomberg Intelligence, Mike McGlone. Comentando no Twitter hoje, McGlone disse que a inflação elevada, bem como as tensões em torno da Ucrânia e da Rússia, podem oferecer “uma base firme” para bitcoin (BTC), ethereum e outros ativos digitais em 2022.
Um pouco mais pessimista, no entanto, foi Marcus Sotiriou, analista da corretora de ativos digitais GlobalBlock, que disse em comentários por e-mail ontem que o bitcoin “continua hesitante” e que o recente rally “foi impulsionado principalmente por futuros, enquanto o spot está caindo”.
“Isso sugere que esse aumento de preço foi impulsionado por especulação ou hedge, e não por demanda genuína”, acrescentou o analista.
Às 15:45 UTC, o BTC foi negociado a US$ 42.017, queda de 4% nas últimas 24 horas e 5% na semana. Ao mesmo tempo, o ETH foi negociado a US$ 2.988, queda de 3% em um dia e 8% em uma semana. O BTC ficou quase inalterado em um mês, enquanto o ETH caiu 7%.
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