Nigéria reage contra a Binance e declara que a alegação de suborno do CEO ‘não tem substância’

Gabriel Gomes
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Propina

A Nigéria respondeu às acusações de suborno da Binance Holdings, alegando que é uma distração desviar o foco das ações da corretora.

A declaração, feita na quarta-feira (08), seguiu-se à postagem no blog do CEO da Binance, Richard Teng. No texto, ele acusou um funcionário do governo nigeriano de pressionar representantes cripto a aceitarem um acordo secreto. Dessa maneira, este acordo supostamente resolveria as reivindicações do governo nigeriano contra a corretora.

“Teng fez falsas alegações de suborno contra funcionários do governo nigeriano não identificados que, segundo ele, exigiram US$ 150 milhões em pagamentos de criptomoedas para resolver a investigação criminal em andamento contra a empresa”, disse o porta-voz do Ministério da Informação, Rabiu Ibrahim.

Ibrahim acrescentou que a afirmação do CEO da Binance “carece de qualquer pingo de substância”. Ele também descreveu isso como uma “tática diversiva e uma tentativa de chantagem”.

A corretora “não limpará o seu nome na Nigéria recorrendo a afirmações fictícias e campanhas difamatórias nos meios de comunicação social”, acrescentou. “A única maneira de resolver seus problemas será submetendo-se a uma investigação desobstruída e ao devido processo judicial.”

A Binance não retornou o pedido de comentários de Cryptonews.

Funcionários da Binance supostamente ameaçados recebem oferta de acordo secreto

De acordo com Teng, o Comitê de Crimes Financeiros da Câmara da Nigéria (HCFC) ameaçou prender funcionários da Binance e impedi-los de deixar o país.

Após deixar a reunião do HCFC, entretanto, indivíduos não identificados teriam abordado os funcionários da Binance, oferecendo-se para resolver a situação por meio de um pagamento secreto. O New York Times noticiou que este “acordo” de US$ 150 milhões de dólares teve origem no governo nigeriano.

Executivos detidos, acesso bloqueado

O conflito começou em 26 de fevereiro, quando os executivos Tigran Gambaryan e Nadeem Anjarwalla viajaram para Abuja para tratar da disputa entre Binance e o governo nigeriano.

No entanto, Gambaryan e Anjarwalla foram detidos na Nigéria durante duas semanas em março, sem justificação, e mais tarde enfrentaram acusações de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.

Anjarwalla escapou logo depois, mas foi recapturado no Quênia, a quase 5.000 km de distância, no final de abril.

O governo da Nigéria ordenou que as telecomunicações do país bloqueassem o acesso à Binance e a outras corretoras de criptomoedas. Aliás, eles justificaram esta ação citando preocupações sobre a desvalorização da moeda nigeriana, o naira, e o alegado envolvimento das corretoras em transferências ilegais de dinheiro.

Os relatórios indicam que o governo da Nigéria está irritado com o fluxo de capital para fora do país devido à corretora cripto. Isto agravou os problemas financeiros da nação africana.

 

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