Real Digital – O que falta para a moeda digital brasileira entrar em circulação

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A ideia de criar uma moeda digital brasileira é respaldada no estímulo de novos modelos de negócio que aumentem a eficiência do sistema de pagamentos de varejo. A proposta do Banco Central do Brasil (BC) segue a de outros muitos países que já viram nas criptomoedas e na tecnologia blockchain uma oportunidade de integrar sistemas digitais e acompanhar o dinamismo da evolução tecnológica da economia.

Segundo informações da organização CBDC Tracker, que investiga a aplicação das chamadas moedas digitais de banco central (CBDC, da sigla em inglês), pelo menos 90 países já aderiram a própria criptomoeda.

Como explica o BC:

“A ideia é que o real digital se torne parte do cotidiano das pessoas, sendo empregado por quem faz uso de contas bancárias, contas de pagamentos, cartões ou dinheiro vivo.”

Não se trata de um PIX, já que os usos e aplicações do real digital serão mais amplos do que o meio de pagamento instantâneo amplamente utilizado pelos brasileiros.

Mas o que falta para que o real digital entre na fase de testes?

Em novembro de 2021, o BC lançou um desenho do real digital em uma edição especial do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas de Desafio do Real Digital, o LIFT Challenge Real Digital. Cabe à equipe deste laboratório avaliar casos de uso e a viabilidade tecnológica do ativo digital.

“O LIFT Challenge Real Digital existe em parceria com a Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central, a Fenasbac, e se destina a reunir um público qualificado de participantes do mercado com interesse em desenvolver um produto minimamente viável (MVP do inglês minimum viable product) com base no Real Digital.”

De acordo com o roteiro traçado pelo BC, ainda em fevereiro de 2023 é esperada a entrega dos MVP (produto minimamente viável) do Lift Challenge Real Digital. Os resultados serão então avaliados para que o BC possa comunicá-los para a sociedade.

Isso significa que ainda neste semestre, o real digital entrará em fase de testes, como um uso piloto para testar aplicações e estrutura tecnológica.

Como explicado no roteiro traçado pelo Banco Central, será dada preferência para a seleção de projetos sobre as seguintes categorias de casos de uso em ambiente online:

  • Entrega contra Pagamento (DvP da expressão em inglês delivery versus payment) voltado à liquidação de transações com ativos digitais, tanto nativos do ambiente digital quanto tokenizados;
  • Pagamento contra Pagamento (PvP da expressão em inglês payment versus payment) voltado ao câmbio entre moedas;
  • Internet das coisas (IoT da expressão em inglês internet of things) voltado à liquidação algorítmica ou diretamente entre máquinas;
  • Finanças descentralizadas (DeFi da expressão em inglês decentralized finance) voltado à definição de protocolos com liquidação baseada em uma CBDC e tendo em vista requisitos de conformidade e supervisão estabelecidos em norma.

Se tudo correr como planejado nesta fase de apresentação de usos e testes de aplicação, o BC irá avançar em uma fase de pilotos, que deverá se iniciar no segundo semestre de 2023 e se estender ao longo de 2024 – ano em que o real digital deve ser oficialmente lançado.

O Lift Challenge Real Digital opera por meio do desenvolvimento das seguintes etapas, segundo o BC:

  • A primeira etapa foi o anúncio do desafio e dos temas de interesse para submissão dos projetos.
  • Depois ocorre a adesão das propostas e avaliação para a seleção de algumas delas para o desenvolvimento do projeto em laboratório virtual.
  • Ao longo desse período, o BC acompanha com reuniões regulares o desenvolvimento dos protótipos funcionais e ao fim do período, ainda no primeiro semestre de 2023, avaliará os resultados.

A partir dos resultados do Lift Challenge Real Digital será definida uma agenda de pilotos para testes junto à população. O resultado da fase de pilotos ajudará na definição dos prazos para lançamento da criptomoeda brasileira.

 

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