US$ 5 bilhões em Bitcoin podem ser liquidados após o halving

Pedro Augusto
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Bitcoin

É possível que ocorra um movimento de saída significativo de Bitcoin (BTC) por parte dos mineradores nos meses subsequentes ao evento de halving. Essa análise foi apontada por um especialista do mercado e segue padrões observados em ciclos anteriores.

De acordo com Markus Thielen, chefe de pesquisa na 10x Research, os mineradores de Bitcoin poderiam liquidar aproximadamente US$ 5 bilhões em BTC após o evento de halving, conforme detalhado em uma nota de análise datada de 13 de abril. Esta expectativa baseia-se em cálculos recentes que indicam um possível aumento nas vendas por parte desses mineradores para recuperar custos e maximizar lucros neste período crítico para a criptomoeda.

Bitcoin pode ficar estagnado durante 6 meses após o halving


Segundo Thielen, o excesso de venda de Bitcoin pode persistir de quatro a seis meses. Como resultado, isso pode manter a criptomoeda estagnada no mesmo período, semelhante ao que ocorreu após os halvings anteriores.

Thielen apontou que os mercados de cripto podem enfrentar desafios significativos durante uma calmaria de seis meses, que ele descreve como uma “calmaria de verão”.

Nos cinco meses seguintes ao halving de 2020, os preços do Bitcoin ficaram confinados entre US$ 9.000 e US$ 11.500.

Neste ano, o halving está previsto para ocorrer em torno de 20 de abril, restando apenas seis dias. Portanto, os mercados podem não ter uma trajetória ascendente significativa até cerca de outubro, caso a história se repita.

Além disso, Thielen destacou que os mineradores tendem a reter BTC, o que leva a um desequilíbrio entre oferta e demanda e a uma subsequente alta nos preços do Bitcoin. Essa dinâmica já se manifestou em 2024, com os preços do BTC aumentando 74% para atingir um recorde de US$ 73.734 em 14 de março, antes de sofrer uma correção para menos de US$ 63.000 em meados de abril.

Thielen também acredita que as altcoins, em particular, podem sofrer mais com essa situação. Muitas dessas moedas têm apresentado quedas significativas na última semana e muitas ainda estão distantes de seus picos alcançados em 2021.

Outros mineradores seguirão provavelmente a mesma estratégia


Thielen sugeriu que a Marathon, líder mundial em mineração de Bitcoin, montou um inventário bastante considerável. Segundo ele, este inventário deverá ser vendido de forma gradual após o halving para evitar uma queda abrupta na receita.

Atualmente, a Marathon produz entre 28 e 30 BTC por dia. Com o halving, essa produção cairá para cerca de 14 a 15 BTC diários, o que poderá resultar em um total de 133 dias de oferta adicional de Bitcoin sendo introduzido no mercado.

Thielen também observou que é provável que outras mineradoras adotem uma estratégia similar para liquidar parte de seu inventário de forma gradual.

O pesquisador estimou que, se todos os mineradores seguirem essa tática de vendas pós-halving, poderiam ser movimentados até 104 milhões de dólares em Bitcoin por dia. Isso reverteria o desequilíbrio de oferta e demanda que impulsionou a valorização do Bitcoin antes do halving.

Na última semana, Peter Thiel, CEO da Marathon, mencionou que o ponto de equilíbrio da empresa seria de aproximadamente US$ 46.000 por Bitcoin para manter a rentabilidade após o halving. Ele prevê que movimentos significativos de preço são improváveis nos seis meses que sucederão o evento.

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