Venda de títulos alcança R$ 3,6 bilhões em janeiro e tem aumento de 13%

titulos publicosAs vendas de títulos públicos a investidores individuais pela internet atingiram R$ 3,649 bilhões em janeiro, conforme anunciado pelo Tesouro Nacional nesta sexta-feira (23/02).

Esse valor representa um aumento de 13% em comparação a dezembro, embora tenha registrado uma queda de 16,46% em relação ao mesmo mês do ano anterior.O recorde de vendas mensais do Tesouro Direto foi alcançado em março do ano passado, com um total de R$ 6,842 bilhões.

No entanto, janeiro deste ano observou um declínio no interesse de alguns investidores, atribuído a instabilidades no mercado financeiro global.

No que se refere às preferências dos investidores em janeiro, os títulos atrelados à taxa Selic (taxa básica de juros) lideraram a demanda, representando 66,3% do total das vendas.

Os títulos indexados à inflação, especificamente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), compuseram 20,3% do volume total. Já os títulos prefixados, que têm sua taxa de juros definida no ato da compra, representaram 9,9% das vendas.

Selic alta justifica a busca por títulos públicos atrelados a esse indicador


Lançado no início de 2023, o Tesouro Renda+, destinado ao financiamento de aposentadorias, representou 2,5% do total de vendas. Por outro lado, o Tesouro Educa+, introduzido em agosto do ano anterior com o objetivo de financiar a poupança para educação superior, capturou apenas 0,9% das vendas.

Desde janeiro de 2021, o Banco Central tem promovido aumentos na Selic, elevando-a de um patamar histórico de baixa de 2% ao ano para 13,75% ao ano. Esta faixa se manteve de janeiro de 2022 até agosto de 2023. Apesar de uma recente redução dos juros básicos para 11,25% ao ano, as taxas seguem sendo vistas como atrativas pelo mercado.

No final de janeiro, o volume total do Tesouro Direto atingiu R$ 130,09 bilhões, marcando um crescimento de 1,61% em relação ao mês anterior, que registrou R$ 128,23 bilhões, e um aumento de 22% em comparação com janeiro do ano passado, quando somava R$ 105,67 bilhões.

Esse avanço se deve ao fato de que, no último mês, as vendas excederam os resgates em R$ 707,1 milhões.

Investidores dão preferência a papéis de médio prazo


No último mês, o programa de investimentos registrou a adesão de 468,1 mil novos investidores, elevando o número total para 26.918.583. Esse crescimento representa um aumento de 23,1% no acumulado dos últimos 12 meses. Já o total de investidores ativos, aqueles com operações em aberto, alcançou 2.524.954, marcando um aumento de 20,4% em relação ao ano anterior.

A preferência dos pequenos investidores pelo Tesouro Direto ficou evidente, com as vendas de até R$ 5 mil representando 84,3% do total de 657.379 operações de venda registradas em janeiro. Destacam-se as aplicações de até R$ 1 mil, que somaram 63,8% do total, e o valor médio por operação foi de R$ 5.551,24.

Quanto à escolha dos títulos, os de médio prazo foram os mais procurados pelos investidores. Títulos com vencimento de até um ano corresponderam a 16,6% do total de vendas, enquanto aqueles com prazo entre um e cinco anos representaram 43,4%.

As operações com vencimento entre cinco e dez anos totalizaram 16,3%, e os papéis com prazo superior a dez anos abrangeram 23,7% das vendas, indicando uma diversificação nas preferências de investimento.

Como é feita a captação de recursos para os títulos públicos


Lançado em janeiro de 2002, o Tesouro Direto tem como objetivo democratizar o acesso a investimentos em títulos públicos. Dessa forma, investidores individuais podem adquiri-los diretamente do Tesouro Nacional pela internet, sem necessidade de intermediários financeiros.

Para manter seus títulos, os investidores devem arcar apenas com uma taxa semestral destinada à B3, a bolsa de valores do Brasil, responsável pela custódia desses ativos.Essa venda de títulos é parte da estratégia do governo de angariar recursos para o pagamento de dívidas e cumprimento de obrigações financeiras.

Em contrapartida, o Tesouro Nacional se compromete a reembolsar o investidor com um valor adicional. Este pode variar conforme a taxa Selic, índices de inflação, variações cambiais ou uma taxa previamente fixada, no caso dos títulos com rentabilidade pré-definida.

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