Recém-lançado, documentário Bull Run foi viabilizado por venda de tokens e aborda negociação cripto

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Lançado neste mês em Nova York, o documentário espanhol Bull Run, dirigido por Ana Ramón Rubio, é apresentado como o primeiro filme tokenizado na história. Foi a venda de tokens $BULL que custeou a produção. Os proprietários do token têm direito a créditos de participação nos lucros do filme, distribuídos via blockchain.

Além disso, os investidores recebem benefícios como convites para estreias do filme e créditos como produtores do documentário. Quando o projeto foi lançado, em 2021, arrecadou cerca de US$ 370 mil em apenas 24 horas, exclusivamente por meio da venda de tokens.

Na época, os produtores contaram que apresentaram a proposta em uma quinta-feira e na segunda-feira abriram as vendas.

“Em duas horas já tínhamos obtido metade do orçamento. Menos de um dia depois, todos os tokens haviam sido vendidos”, afirmou o coprodutor Juanjo Moscardó Rius, da Cosabona Films, em entrevista à Variety em 2021.

Novas formas de viabilizar filmes


A tokenização do filme inova o segmento de finanças descentralizadas e, principalmente, a forma como o setor audiovisual costuma captar recursos para suas produções.

Iniciativas desse tipo são ancoradas na tecnologia blockchain, que traz transparência, segurança e eficiência para esse tipo de financiamento. Dessa forma, operações como essa, que antes eram impossíveis de realizar, se tornam acessíveis para qualquer produtor de conteúdo.

Como resultado, esses novos modelos de negócio impulsionam a descentralização de investimentos e a diversificação de projetos que podem ser realizados via tokenização.

Agilidade é um dos grandes diferenciais nesses processos. Os produtores defendem que micro investimentos em forma de tokens podem reduzir significativamente o tempo necessário para obter recursos e realizar um documentário como esse.

Ademais, eles ressaltam a democratização promovida por iniciativas dese tipo. Graças à tokenização, qualquer pessoa pode fazer parte de projetos assim. Como resultado, isso beneficia os próprios investidores, ao abrir possibilidades, e os produtores, que contam com uma nova e eficaz forma de financiamento.

Retorno para os investidores


Imagem: Unsplash

No caso de Bull Run, a remuneração funciona assim: metade da receita obtida é distribuída a cada três meses, por meio pagamento em USDT (Tether).

Os outros 50% estão incluídos em uma operação DeFi envolvendo stablecoins. Representam o valor resgatável do token $BULL a qualquer momento até a auto liquidação do token em 2025. Ou seja, com a distribuição igualmente dos lucros de 4 anos entre os detentores do token.

Outra vantagem é que as pessoas podem sair do projeto a qualquer momento e liquidar seus tokens.

Desafios e oportunidades


O documentário aborda o próprio universo cripto, a partir da vivência pessoal da diretora. Ana Rubio começou a investir em criptomoedas durante a pandemia de Covid-19 e acabou se viciando nesse tipo de transação financeira.

O então marido da diretora recomendou que ela fizesse terapia para lidar com a obsessão que havia desenvolvido. Em vez disso, ela resolveu fazer do cinema a sua terapia e produzir um filme sobre o assunto (enquanto continuava a operar com criptomoedas).

O filme aborda a febre em torno do Bitcoin e derivados, com depoimentos de especialistas e de players do setor de criptomoedas. Além, é claro, da experiência da própria Ana Rubio.

Apesar de tratar o tema com leveza e bom-humor, Bull Run mostra como suas atividades no mercado cripto prejudicaram suas relações pessoais. Ela entrou nesse mercado no auge, em 2021, e enfrentou o inverno que se seguiu, em 2022.

Com a produção do filme, Ana envereda pelo muitas vezes inóspito e inseguro setor cripto, mas também aborda cenários positivos. O principal deles é iconizado pelo próprio documentário, ao simbolizar o poder do blockchain para ampliar e aperfeiçoar ecossistemas descentralizados. E, desse modo, melhorar a vida das pessoas e ajudar a viabilizar projetos antes inacessíveis para muita gente.

Esse é o segundo filme de Ana Ramón Rubio. Antes, ela realizou “Almost Ghosts”, que conquistou o prêmio de melhor documentário no Arizona International Film Festival, em 2019.

Atenção: Cripto é um ativo de alto risco. Este artigo fornece informações, mas não constitui aconselhamento ou consultoria sobre investimentos. Você pode perder todo o seu capital.

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