Retrospectiva 2023: Relembre os principais acontecimentos do ano

Killian A.
| 10 min read

O final do ano se aproxima. Os analistas já fazem projeções de preços para 2024. Mas, para compreender essas projeções, é preciso conhecer o desempenho dos ativos ao longo de 2023.

Neste ano, o mercado de criptomoedas ficou agitado. Depois de um longo inverno cripto, observamos finalmente um crescimento considerável. Os investidores recuperaram sua sensação otimista com os ativos digitais. Graças a esse sentimento, muitos especialistas estimam que 2024 tem tudo para ser um ano muito lucrativo para os investidores.

Confira a retrospectiva do mercado com relação à 2023. Veja os principais acontecimentos e relembre como foi esse ano de tirar o fôlego.

Janeiro – Fim do inverno cripto e movimentações do governo brasileiro para a regulação das criptomoedas


O ano começou com uma grande esperança no fim do inverno cripto. Iniciado ainda em 2021, o evento causou perdas incomensuráveis para investidores. Consequentemente, muitos perderam sua confiança no mercado digital. Mas desde o início do ano o cenário começou a mudar. O principal motivo foi o desempenho positivo de alguns ativos. Com essa reação positiva do mercado, investidores e analistas passaram a enxergar uma luz no fim do túnel.

Um dos principais exemplos de recuperação se deu com o Bitcoin. No dia 29 de janeiro, o ativo voltou à cotação de US$ 23.797,46. A superação da marca de resistência de US$ 20 mil foi bastante significativa. O preço do Bitcoin ficou abaixo desse nível ao longo de praticamente todo o ano 2022.

No Brasil, a troca de governo veio acompanhada de algumas medidas governamentais que visaram às criptomoedas. No final de janeiro, o Gabinete de Segurança Institucional do país lançou uma Orientação de Segurança da Informação e Cibernética (OSIC). Esse documento continha um alerta sobre golpes envolvendo criptomoedas. Além disso, surgiram grupos de trabalho para discutir a elaboração de leis para a regulamentação das criptomoedas.

Por fim, houve também a discussão sobre a criação de uma criptomoeda em comum entre o Brasil e a Argentina. No entanto, o projeto ainda não está finalizado. Além disso, com a recente eleição de um presidente argentino contrário às ideias do atual presidente brasileiro, é possível que os governos não cheguem a um consenso. Portanto, há grandes chances de que o projeto não saia do papel.

Fevereiro – Congresso norte-americano intensifica regulamentação das criptos e esquemas de fraude ssão evidenciados


Em fevereiro de 2023, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, movimentou a Casa Branca. A seu pedido, os esforços para a regulação de criptomoedas aumentaram. O ano de 2022 ficou marcado por fraudes e escândalos. Por isso, Biden decidiu acelerar o processo de regulamentação. Outra medida envolveu uma atuação mais incisiva da SEC.

Também em fevereiro, por exemplo, a Austrália anunciou o início do processo de regulamentação das criptomoedas. A decisão foi tomada em observância à tendência global de regulamentação de ativos digitais.

Ainda em fevereiro, a CertiK revelou um esquema de fraude. Os golpistas atuavam utilizando uma conta no Telegram. A conta era utilizada para enviar mensagens de phishing para investidores. Inúmeras vítimas caíram no golpe e perderam seus ativos. O saldo da fraude foi a drenagem de mais US$ 4,3 milhões de ativos armazenados em carteiras digitais. Ainda não se sabe exatamente como se obteve os contatos dos investidores.

Março – Brasil cresce na adoção de criptomoedas e o Dogecoin é abandonado por Musk


Em março, o Brasil entrou em um ranking dos países que mais adotam criptomoedas. Os especialistas estimaram que o país tem potencial para ocupar a terceira posição a nível mundial. A indicação apareceu em uma pesquisa que analisou diversos fatores objetivos. Com base nisso, o Brasil teria excelente potencial para alcançar a marca.

stablecoin Brasil

Além disso, o preço do Dogecoin caiu consideravelmente naquele mês. Depois de receber o apoio de Elon Musk, em contrapartida, o bilionário voltou atrás. O preço do ativo reduziu consideravelmente após Musk declarar que interesse havia mudado das criptomoedas para a inteligência artificial.

Ainda em março, a tão esperada atualização da rede Ethereum, Shangai, não saiu do papel. Os investidores aguardavam ansiosos pela atualização. A expectativa era de que a maior rede escalável do mercado receberia ainda mais recursos.

Abril – Real Digital começa a sair do papel e a rede Ethereum passa por atualização


Em abril, o Congresso brasileiro deu o pontapé inicial para o Real Digital. Naquele período se iniciaram as movimentações para estabelecer as diretrizes do novo ativo governamental digital. O projeto prevê a criação de uma criptomoeda brasileira para não abrir mão da centralização. O primeiro passo foi a criação de um projeto de lei para traçar as diretrizes gerais.

No mesmo mês, a rede Ethereum finalmente passou por sua esperada atualização. Os desenvolvedores a chamaram de Shapella. Essa atualização serviu para unir duas atualizações anteriores. A primeira atualizou a camada de execução da rede (Shangai). A segunda, atualizou a camada de consenso. Trata-se da Capella.

O último grande evento latinoamericano de abril foi o lançamento de um serviço de comercialização de criptomoedas. O Mercado Livre lançou o recurso no Chile visando ampliar as transações na região.

Maio – Crescimento do XRP, memecoins em evidência  e novas pré-vendas são destaques em maio de 2023


Em maio de 2023, o preço do token XRP aumentou graças às novidades sobre o processo movido pela SEC contra a Ripple. Ao indicar que a Ripple poderia ter uma decisão favorável, o tribunal responsável pelo processo acabou contribuindo para o crescimento do ativo. Analistas e investidores perceberam essa decisão como um forte indicativo de que a Ripple pode sair vencedora em um curto período.

Ripple (XRP)

As memecoins começaram a despontar no mercado, indicando que os tokens irreverentes poderiam ter um bom crescimento no mercado. Tokens como o Pepe Coin atingiram o ápice de preço no mês. A valorização provocou um verdadeiro hype em torno desses ativos.

O sucesso do Pepe e outras moedas especulativas deu início a uma corrida para comprar memecoin. Os lançamentos previstos figuraram entre os mais buscados. O resultado foi o sucesso no desenvolvimento de uma série de pré-vendas.

Junho – Bitcoin passa dos US$ 30 mil e mercado aquece consideravelmente


O mês de junho começou com abalos na confiança dos investidores acerca do mercado cripto. Isso foi impulsionado por notícias de que a SEC teria aberto um processo contra Binance. A possibilidade de um processo contra a maior corretora de criptomoedas do mundo assustou principalmente os investidores. De acordo com as notícias, o CEO da Binance, CZ, também teria sido processado. A acusação da SEC é de que a Binance teria manipulado o mercado para se beneficiar dos lucros.

Ainda na onda dos processos judiciais, em junho de 2023 a SEC processou a Coinbase. A acusação, contudo, nada tem a ver com manipulação de mercado. O motivo seria a atuação da empresa nos Estados Unidos sem registro no mercado norte americano.

No entanto, os rumos se acalmaram. Em 26 de junho, o preço do Bitcoin rompeu a marca de preço dos US$ 30 mil pela primeira vez depois de um longo período. Com isso, os olhos dos investidores se voltaram para o mercado cripto. Muitas memecoins aproveitaram o embalo e receberam maior atenção.

Julho – Bitcoin tem um mês morno e as novas pré-vendas custam a deslanchar


O mês de julho foi marcado por uma baixa volatilidade. O Bitcoin defendeu sua cotação próxima ao nível de resistência dos US$ 30 mil. E foi só isso. O ativo não teve grandes oscilações de preço. O mercado digital passou por um período de estabilidade inesperada.

Mas a estabilização não foi uma exclusividade da cotação do BTC. Outros ativos tiveram um desempenho empatado. Algumas das novas pré-vendas, por exemplo, tiveram uma redução na sua curva de arrecadação do período.

Por fim, ainda em julho de 2023, o Banco Central do Brasil anunciou uma consulta pública. O objetivo foi mapear as opiniões da população acerca da regulamentação de criptomoedas. A partir disso, criou-se propostas de diretrizes para elaborar o projeto de lei.

Agosto – CPI das criptomoedas e a oscilação do Bitcoin agitaram o mercado


Em agosto, o Bitcoin seguiu na luta para manter o patamar de preço próximo dos US$ 30 mil. Apesar dos esforços, o ativo registrou baixa. Em 31 de agosto, a criptomoeda registrou o fechamento do mês custando US$ 25.927,42.

Além disso, o Parlamento brasileiro abriu uma investigação em face das criptomoedas. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada para apurar eventuais fraudes no mercado digital. Nesse sentido, a notícia agitou o mercado de investimentos. Grandes empresas, como a 123 milhas, e celebridades, como Ronaldinho Gaúcho, foram investigadas. As acusações eram de esquema de pirâmide e fraude envolvendo criptomoedas.

Setembro – Invasão hacker contra a Ethereum e a exigência para a atuação de exchanges estrangeiras deixaram o Brasil em alerta


Em setembro, um hacker invadiu a conta de Vitalik Buterin no X, antigo twitter. Buterin é co-fundador da Ethereum. Após o acesso não autorizado, os hackers conseguiram aplicar golpes a seguidores de Buterin. O prejuízo somado foi de aproximadamente US$ 700 mil. Dessa forma, o preço do ETH teve uma queda. Atingiu, por isso, o menor preço em seis meses.

Por fim, no Brasil, o Banco Central decidiu regular o mercado de criptomoedas. O órgão passou a exigir que as corretoras estrangeiras tenham sede física no Brasil. Essa medida impactou diretamente a atuação de grandes exchanges internacionais no país.

Outubro – Intensificação do conflito no Oriente Médio e a recuperação de criptos levadas por hackers


Em outubro, o mercado de criptomoedas foi impactado pelo agravamento dos conflitos no Oriente Médio. O Hamas, grupo ligado ao conflito, é acusado de atos terroristas contra Israel. Após a intensificação, houve suspeita de que o Hamas teria recebido financiamento em criptomoedas. Isso provocou uma instabilidade no mercado digital. As autoridades internacionais começaram a investigar o uso de criptomoedas para financiamento do terrorismo. Os investidores e analistas ficaram receosos com eventual desvalorização dos ativos.

Também naquele mês, a corretora HTX recuperou US$ 8 milhões em criptomoedas que haviam sido hackeadas. O ataque aconteceu no final de setembro. Felizmente, a exchange conseguiu reverter o ataque sem maiores problemas.

Novembro – CEO da FTX é condenado, o Bitcoin ultrapassa os US$ 38 mil e a liberação dos ETFs de Bitcoin se aproxima


Novembro foi marcado pela agitação do mercado digital. Logo no início do mês, Sam-Bankman-Fried recebeu a condenação pela falência da corretora FTX em 2022. Sam era o CEO e um dos fundadores da exchange. Ao todo, ele respondia a sete acusações de fraude.

No dia 24 de novembro, o Bitcoin atingiu o maior preço dos últimos tempos. Finalmente o Bitcoin ultrapassou o nível de resistência dos US$ 35 mil. A cotação provocou entusiasmo em investidores, analistas e especialistas. O ativo chegou a custar US$ 38.189,66, mas registrou uma leve queda em seguida.

O preço do BTC pode ter sido impulsionado por dois eventos muito esperados. O primeiro,, por exemplo, é o halving do ativo, o qual deve ocorrer em abril do ano que vem. O segundo é a proximidade da decisão da SEC sobre os ETFs de Bitcoin. Depois de muita pressão, espera-se que a SEC esteja prestes a autorizar a comercialização de ETFs de Bitcoin. A soma dos dois eventos tem potencial de impulsionar ainda mais o mercado digital que está em plena ascensão.

Dezembro – Ano deve encerrar de forma positiva e com o mercado em crescimento


Especialistas estimam que o último mês do ano pode ser marcado por dois eventos altamente positivos. A autorização da comercialização de ETFs de Bitcoin e o retorno da cotação do Bitcoin acima dos US$ 40 mil. Os atores do mercado seguem otimistas. Muitos acreditam que os ativos digitais devem continuar atraindo muita atenção em dezembro e em 2024. A intensificação dos conflitos no Oriente Médio pode impulsionar investimentos alternativos. Principalmente porque os países envolvidos no conflito podem passar por longos períodos de inflação. Uma grande aposta é nas criptomoedas não fiduciárias.

Em suma, neste cenário, há chances de que as novas criptomoedas se beneficiem do hype e passem por um período de crescimento acelerado. Recomendamos que você aproveite o momento para conferir as melhores criptomoedas para investir ainda neste ano. Devido ao otimismo do mercado, este pode ser o melhor momento para investir em ativos digitais.

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